quinta-feira, 25 de novembro de 2010

morte ii

Agora que percebo que não sou nada, sou uma gota d'água perto de uma cachoeira límpida e transcedente que escorre suas águas em pedras eminentes e escorregadias, mas que escorregam, enquanto eu vivo sendo levada por estas águas e nunca por mim mesma. É aí que vejo meu insano e perplexo poder. Sinto que não posso fazer nada perante certas situações lúgubres, gostaria de fazer tudo pena não ter o poder de mudar as coisas. São nessas situações que vejo que não irei escapar, que vejo que meus tão amados não escaparão, e então, que farei eu? Ficarei sentada em meu sofá vendo meu programa de televisão favorito como uma frustrada inconsequente sem se importar com o hoje e nem com o amanhã? Que farei eu, Senhor? Ao ver estes escuros cenários acontecendo ao meu redor e eu aflita querendo descobrir o motivo para isso tudo, o motivo desta passagem e desta volta para o paraíso no qual eu não consigo decifrar, no qual eu fico noites e noites refletindo do porque sentiremos dor, do porque viraremos cacos de vidro que podem se quebrar a qualquer momento, à quaisquer piscar de olhos. Não entendo, se ela (a poderosa) chegará, não poderemos lutar contra, virariamos um rato na boca de uma cobra, das mais exigentes e velozes que existe. Então para que virar um pó? Se esse pó dormente sem poder vai nos deixar de qualquer maneira? Sabemos que nesse pó ainda tem um coração batendo, doloroso e com cuidado, mas batendo. Para que precisa ser assim? Vemos pessoas indo todos os dias, algumas indiferentes, outras que nos deixam cabulosos e outras... que fazem parte de nosso cotidiano, do nosso nascimento, da nossa vida. Que farei eu, Senhor? Continuarei minha vida, sabendo que a mesma sofrerá uma perda inadmissível mas que ao seguir da vida, será compreendido e aceitável. O que resta são as imagens, os pequenos detalhes dessa vida que se vai, dessa vida que no presente está sofrendo, mas que quando menos esperar, estará no paraíso, descançando como um gato repousa em vários cantos sem o incomodo de ninguém, pois só assim viverá sua volta à sua origem em paz. Aos que ficam no mundo dos vivos, peço que hajam com menos desprezo e mais serenidade. Largem do amargo da vida e procurem o doce pois ninguém sabe o dia de amanhã. Não hesitem ao falar o que pensam e o que sentem até porque pode ser tarde demais. Não seja tão duro com o próximo, não reclame de barriga cheia. Hoje estou eu aqui fazendo este texto em memória de alguém que pode sair de minha vida daqui umas semanas. O ser humano é mesmo frágil e é como se fosse um personagem em uma louca e aventura peça de teatro, onde aos poucos vai desaparecendo e aparecendo novos personagens. No final, nem eu mesma saberei em qual caminho seguir pois sei que a poderosa nos ronda dia e noite, só espera o momento certo e aí, será fatal. Que farei eu, Senhor? Continuarei a escrever meus textos e sendo o personagem deste grande teatro onde nunca se fecham as cortinas.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

morte

Tentei decifrá-la. Não consegui. Tentei justificá-la e não encontrei respostas supostamente viáveis para meus pensamentos insanos e atordoados. Creio que vim de longe, muito longe, porém não sabemos o dia em que voltaremos para esta origem. Pode-se dizer que ela é um mistério, silenciosa e consequentemente, inconfundível. Não a enfrente pois ela pode mais que você, mas também não a provoque pois não queira saber o quão nervosa ela fica se você tirá-la daquele descanso gostoso. Não temos uma imagem dela, apenas sabemos o que é ela... ou não. O que eu sei, nada sei. Ela está presente todos os dias, será que ela estaria do meu lado agora? Às vezes sinto uma presença obscura me rondando, rondando meus pensamentos, meu espiritual. Queria poder retirar sobre o mesmo. Posso não ser mais forte, mas posso ser mais esperta. Engano meu. Não conseguimos escapar pois ela olha por nós a todo tempo, só espera o tempo certo para abocanhar-me, abocanhar-lhe, abocanhar-nos. Queria poder ter um relógio e um calendário para escolher o dia em que ela iria me visitar, porém, não é possível. Ela gosta de surpresas e mais ainda, de provocar mistérios alheios, curiosidade. Ela age de forma horrenda, às vezes de forma mais carinhosa e outras, até dolorosas... depende de seu humor! Mas ela vem, e aí que você percebe que você não escapa e nunca irá escapar. Todos nós seremos conduzidos por ela, talvez ela seja a ponte certa para nos encontrarmos neste lugar longe, muito longe de que vim. Só não quero saber quando, espero que não tão breve pois ainda tenho muito de vivenciar esta grande e louca viagem que me privilegiaram.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

love street



She lives on love street lingers long on love street. She has a house and garden
I would like to see what happens.

Gostaria de correr perigo, de poder voar sobre às montanhas e olhar para o paraíso de camarote, perspectivamente falando. Hoje tenho essa vontade, mas não preciso disso pois moro em Love Street, uma rua que não é como as outras, digo que ela é diferenciada, ela tem amor, ela é doce e tranquila. Conheço um rapaz que mora há duas casas da minha. Ele tem um olhar de ternura, me olha com olhos de paz. Me sinto confortável ao vê-lo todas as manhãs. Sou tímida como uma lebre, me escondo em qualquer esquina, mas ao olhá-lo me sinto segura, como se eu o tivesse conhecido há tempos. Esse é o encanto, a magia de Love Street. Encontro pessoas que jamais haviam me despertado este sentimento. "I live on Love Street" onde me sinto apaixonada pelas pessoas, cores e casas. Gostaria de poder ficar aqui para sempre, tomando meu chá, ouvindo meu The Doors e às vezes lendo um bom livro ao som dos pássaros cantando em meu ouvido, um canto de amor, um canto de conforto. Em dias de chuvas, as gotas d'água se transformam em corações. Os trovões, em sinos de paixão e docura. Nem a chuva desmancha o brilho que a rua me traz. Existem poucas ruas como esta. Existem poucas pessoas que moram em Love Street. Só aquelas apaixonadas, que dão valor ao amor e ao dom natural das coisas. É, eu moro em Love Street, número 08. Bem vindo ao meu mundo apaixonante. Bem vindo ao meu pedaço de coração.







terça-feira, 28 de setembro de 2010

aos estranhamente estranhos

Nasci de cara virada para o mundo.
Hoje talvez eu esteja de cara virada para o mundo.
Amanhã será bem provável que estarei de cara virada para o mundo.
Cá me encontro neste mundo louco, neste mundo de estranhos.
Seria eu mais uma estranha neste mundo?


Pessoas me vêem, pessoas não me conhecem.
Falam, falam e falam. Olhares e mais olhares.
Seria eu uma aberração?


Não sou do tipo que chama atenção de alguém ou de algum rapaz.
Sou apenas mais uma estranha nesse mundo... que talvez, não foi feito para mim.
Só quero compreender o que nunca foi compreendido. Só quero ver o que para mim
é uma incógnita, só quero descobrir o que para mim é meu oposto.


Não sou bem-vinda nesse planeta. Pessoas como eu, não são também.
Quanto mais eu tento, mais eu fico de cara virada para o mundo. Quanto mais eu encontro respostas, mais vontade dá de evaporar e virar vento. Pensando bem, nem o vento mais dá para ser, está envenenado.
E olha que ele não tem culpa nenhuma hein?!
Mas que mundo é este em que vivo? Que desordem, que irregularidade, que sacanagem!
Realmente, nasci em época errada, ou então, sacanearam comigo.

Pode ser que tenham me confundido também. Talvez eu não seja daqui e erraram a destinação.
Me sinto uma estranha, não estou confortável.
Parece-me que aqui não é meu lugar, não combina com meu jeito.
É, já entendi do porque me acharem estranha.
Fui sacaneada, por isso sou motivo de falatórios e de olhares.
Eles sabem, só eles sabem...
E eu? Continuo pegando a essência da brincadeira, vamos ver até quanto tempo isto irá durar.

rosa desbota

Não estamos em novembro, estamos a dois meses antecipados, mas nesse caso o que conta mais são as metáforas e as pétalas de minha rosa caindo ao ler cada parte deste texto. Sinto-me como uma rosa perdendo seu perfume, talvez exalando-o demais ou escondendo-o demais. Tampouco, deixando ser roubado por um fruto maligno. Meu perfume é minha essência. Estaria eu deixando o vento tomar conta de mim?




Bem-me-quer, mal-me-quer.
Ouço todos os dias as mesmas coisas. Vejo você em outros cantos ouvindo novos cantos, sem sua rosa por perto. Aquela rosa que antes era vermelha, púrpura, vivida e cheia de luz exalando seu perfume, hoje virou uma rosa velha e desbotada, prestes a ser pisoteada pelo próximo ser que passará nesta rua erma, sem direção e escura. Escura cá estou eu. Sinto-me como uma rosa, mas não aquela de ontem... Vamos dizer, sinto-me como uma "preta" escura e sem graça. Perfume roubado, perfume exalado, não te encontro mais.


Quero meu bem-me-quer de volta. Ele sabe como me fazer virar rosa, ele sabe como fazer meu perfume voltar. Ouço seu canto, te vejo de longe e te observo, venha cá... estou no chão, preciso de algo que me faça prevalescer. Mal-me-quer, te quero longe. Você já causou muitos espinhos em mim, prefiro encontrar-te em outros jardins, em outros, que não seja o meu!

Às chuvas de novembro, só lhe falo uma coisa. Não ouse tocar estas águas imundas em mim. Sou uma rosa de essência, talvez excêntrica. Quero meus dias quentes de verão. Só assim poderei encontrar meu jardim, onde só existe no meu mundo, meu bem-me-quer.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

back in black ii

Dia caloroso hoje. Achava que iria continuar até o fim do dia, engano meu. Por volta da manhã, aquele friozinho de doer os ossos voltou com tudo. Estava no colégio, pouco levei blusa até porque nem me preocupei. Minha avó me orientou, pediu que eu levasse. Concordei. Aquilo salvou minha manhã, se não, dava para prever uma gripe forte ou também, algo mais grave. Não, que horror, fora de cogitação.
Ao final das aulas, vim para casa, almocei e depois tive uma consulta com a minha médica. Ela precisava ver os exames de sangue que eu havia feito dias anteriores. Tudo normal, ótimo. Poderei viajar como planejado. Tudo iria bem naquele momento para mim, quando de repente fico de cara com uma notícia totalmente enfadonha, inconsequente, surreal - fora do comum - e totalmente, drástica. Naquele momento, a notícia me tomou por completo, fiquei alucinada ao ler tudo aquilo na minha frente. Não havia caído a ficha. O que eu queria mesmo era sair pra rua, beber até cair, ou andar... andar, sem ter lugar para ir, sem destino e nem direção. Ao ler, reeler, e refletir, pensava comigo mesma o porque tudo aquilo estava acontecendo naquele momento. Tampouco me preocupei ao meu redor, gostaria de ter chorado aquele momento, mas poucas lágrimas caíram calmamente e silenciosamente em torno de meu rosto. Precisava de apoio, de abraço. Quisá um beijo e um conforto, mas não, tinha que me controlar, só havia eu mesma de apoio naquele momento.
Ironia do destino! Queria tanto ajudar quem eu amo, pena que não tenho poder da cura. Óh céus, por que não me enviaste este poder divino? Faria tanto bem, melhoraria tanta coisa. Chega de alucinações, preciso é ficar no meu lugar e lúcida para estar disposta a ser o apoio de outro alguém, desse que precisa de mim. A notícia está me corroendo esse momento, estou digitando com meus dedos trêmulos e mais uma vez lágrimas nos olhos. Back in black, mais uma vez... mais outra e mais outra, é um círculo sem fim.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

4º motivo da rosa

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzidas,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.


Cecília Meireles

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

chega de saudade

Vai, minha tristeza, e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe, numa prece, que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas, se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim


Vinicius de Moraes

soneto de contrição

Eu te amo, Maria, eu te amo tanto
Que o meu peito me dói como em doença
E quanto mais me seja a dor intensa
Mais cresce na minha alma teu encanto.

Como a criança que vagueia o canto
Ante o mistério da amplidão suspensa
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.

Não é maior o coração que a alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma...

E é uma calma tão feita de humildade
Que tão mais te soubesse pertencida
Menos seria eterno em tua vida.


Vinicius de Moraes

sábado, 31 de julho de 2010

hum, não sei

Andei um tempo sem postar nada. O poeta precisa da dor.







Ando sem dor algum tempo, tudo está como deveria ser, mas sempre com seus desapontos. Assim levo a vida, levantando e me reerguendo.

"O poeta precisa da dor"

E dela... eu ainda não tomei o frasco ainda.

sábado, 19 de junho de 2010

nua e crua

Acredito que as pessoas aprendem com os próprios erros e com o tempo. Acredito também que quem traiu uma vez e foi perdoado vai trair de novo. Acredito que aquelas pessoas que vivem falando mal dos outros vão falar mal de você com esses outros. Acredito que as pessoas só mudam por vontade própria e nunca pelo pedido de outra pessoa. Acredito que tudo que eu acredito hoje vai mudar com o tempo. E que, no futuro, talvez, eu acredite em menos coisas. Ou em nada mais.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

cruz e souza

Ele não compreendia metade do que via, sua cabeça girava por dentro, mas se mantia fixa ao pescoço a todo momento, olhando para frente. Sua respiração estava lenta e fraca, como se estivesse tragando os conceitos absurdos que se deparava, numa tentativa disfarçada de filtrá-los. Seus olhos eram teimosos, insistiam em olhar para os lados, analisando cada elemento desconhecido, decinfrando-os. Ele só queria ir para casa, estivesse ela onde estivesse.

[...]caminhava cautelosamente até o fim do corredor vazio, estava ficando tarde e ele já não ouvia nada além do estalar da sola de seus sapatos com o chão, e de sua respiração rápida e desenfreada. Ele não sabia o que tinha atrás daquela porta, mas sabia que não poderia ser pior do que a curiosidade aprisionada por trás dos pobres olhos cansados e inchados.


"Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem."- Cruz e Souza

sexta-feira, 11 de junho de 2010

eis aos seres

Eis aos seres justos, eis aos seres que não são livres... prisioneiros desta sociedade medíocre. Eis aos ignorantes e aqueles que se calam. Eis a todos aqueles que se sacrificam todos os dias, que lutam todo dia mais. Eis aos infelizes, sem vontade de viver. Vocês vão entender o que penso, vocês sim, vão entender o que se passa a minha volta. Não me sinto covarde, nasci para viver e lutar... e acima de tudo, enfrentar desafios. Apenas cansei, cansei desta tormenta e deste escândalo. Cansei de ser prisioneira de algo que não tenho culpa. Apenas acho que desafios viraram clichês para mim, já que os enfrento todos os dias, de cara a cara. Aposto que vocês também fazem o mesmo, alguns mais devagar, outros mais espertos. Vivo de momentos, pois nossa vida é uma caixinha de surpresa, porém, vivo com receios, vivo com minhas lágrimas que não secam por trás de um sorriso, por um machucado que nunca se cicatriza. Eis aos maufeitores donos da razão e da verdade, eis aos que julgam sem pensar, eis aos filhinhos de papai, eis aos que se acham melhores que os outros. Eis aos felizes até demais. Eis aos estúpidos sem educação e escrúpulo. Eis a quem? À esses, sou vítima. Vítima e refém ao mesmo tempo, pois acabo me tornando um meio onde tudo o que eles pedem, você deve abaixar a cabeça e fazer. Aprendi a não ser assim, mas meu ponto fraco amadurece mais que eu. Não dou conta, ele apenas aparece quando menos deveria aparecer. Droga! Não pode ser, nem comigo mesma consigo me controlar, imagina tentar isso com os outros. Blasfêmia. Ilusão. Isso não acabará nunca, só está começando, guardei forças até um certo ponto, mas tem uma hora em que nossa fraqueza fala mais alto, onde tudo o que você faz ou deixa de fazer gere consequências e comentários. Eis aos que me amam de verdade. Eis aquela pessoa que amo de coração... É, você mesmo. Eis a pessoa que me dá forças a cada dia. Eis aos que me querem bem e aos que me fazem ou fizeram ser uma pessoa melhor. Aqui eu digo um até logo, pois com vocês vou me reencontrar. Mas vi a janela de casa, e vi que já passei o que tinha que passar, e já fiz o que tinha que fazer. Não tenho mais vontade de continuar aqui, e não encontro mais o sentido da coisa... não encontro o sabor doce que é. Perdoem-me os deuses por não ter conseguido ser forte o bastante para aguentar, ou não ter sido sempre perfeita. Perdoem-me os que me amam e que só vestígios deixarei. Perdoe-me, você, a pessoa que nunca esquecerei... mesmo longe. Já basta para mim, minha hora chegou e devo partir. Sei que isso vai contra a lei da natureza. Mas pouco me importo com o que vai acontecer daqui para frente comigo mesma, a única coisa que me importo é em encontrar a minha nirvana, a minha paz... descançar o tempo em que eu lutei para ser como todo mundo, para obter meu espaço. Agora é minha vez de ditar as regras e de ter meu próprio lugar, sou eu quem escolhe dessa vez, não tente trapaçear. Já escolhi, já refleti. Aquele meu momento inesperado e um tanto esperado chegou. Eis o adeus, doloroso, porém, menos agonizante.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

amar, verbo intransitivo

Amar? Amar quem, o quê? Estou sozinha agora, você não vai mais estar nas noites comigo, não ouvirei mais sua voz, não poderei mais contar sobre o meu dia. Com quem vou compartilhar meus momentos felizes e meus momentos tristes? Amar... verbo intransitivo. Não sabemos o amanhã, só podemos rever o ontem. O ontem eu revi, estava feliz, pois estava com você. E amanhã? O que será de mim? Já é tarde, volte logo para casa, diga que vai atender minhas ligações. Olhei agora pouco a janela e vi um tempo feio chegando, então volte, não quero ficar sozinha em casa. Eu tenho medo, muito medo de que você encontre o paraíso e esqueça seu redor. Temo que você encontre o caminho certo e se esqueça do caminho de volta para cá. Preciso do calor dos seus braços para me esquentar, preciso do seu apoio para me sentir segura. Acho que quando você voltar, estarei dormindo. Mas me acorde, estarei esperando por você. Sabe, eu espero por você faz muito tempo. Eu sento todos os dias na cadeira em frente de casa, olho o mar e nos imagino daqui a cinco, dez, ou talvez uns trinta anos juntos. Amar, verbo intransitivo. É isso o que estou sentindo agora. Ninguém para amar, ninguém para me amar. Só lembro de nossas noites, nossas conversas, mas isso não me completa ainda. Quero te ter do meu lado, por isso, não se atrase. Eu estou contando os minutos e vejo que se atrasou outra vez. Me sinto sozinha. Não vejo ninguém ao meu lado. Será que tudo o que eu tenho feito até agora foi em vão?- não - definitivamente, não. Eu não posso deixar as coisas acabarem desse jeito. Minha felicidade é você, dizem que temos que correr atrás, mesmo estando longe, ou demore. Então, correrei. Posso não te encontrar, posso te encontrar. Posso me decepcionar, posso ser feliz. Consequências terão, mas passo por cima. Enquanto isso não acontece, estarei aqui sentada na mesma cadeira, olhando o mar, contando os minutos, e esperando você vir me buscar... Amar, verbo intransitivo. Amar quem, o quê?.... Para quê?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

conselhos de um velho apaixonado




Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida. Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu. Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d’água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês. Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Algo do céu te mandou um presente divino : O AMOR. Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro. Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida. Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado... Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados... Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado... Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela... Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida. Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais. Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: O AMOR!

sábado, 1 de maio de 2010

escurecer

Houveram dias em que estive no fundo do poço.
Houveram dias em que me senti no fundo do poço.
Houveram dias que não me salvei do fundo do poço.
Houveram dias que...

É. Sempre acabo voltando ao mesmo lugar.

sábado, 3 de abril de 2010

ausencia


AUSENCIA

Habré de levantar la vasta vida
que aún ahora es tu espejo:
cada mañana habré de reconstruirla.
Desde que te alejaste,
cuántos lugares se han tornado vanos
y sin sentido, iguales a luces en el día.
Tardes que fueron nicho de tu imagen,
músicas en que siempre me aguardabas,
palabras de aquel tiempo,
yo tendré que quebrarlas con mis manos.
¿En qué hondonada esconderé mi alma
para que no vea tu ausencia
que como un sol terrible, sin ocaso,
brilla definitiva y despiadada?
Tu ausencia me rodea
como la cuerda a la garganta,
el mar al que se hunde.

Jorge Luis Borges

sexta-feira, 2 de abril de 2010

soneto

De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Seu alfange não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.


William Shakespeare

segunda-feira, 29 de março de 2010

há tempos

Parece cocaína mas é só tristeza, talvez tua cidade
Muitos temores nascem do cansaço e da solidão
E o descompasso e o desperdício herdeiros são
Agora da virtude que perdemos.
Há tempos tive um sonho
Não me lembro não me lembro
Tua tristeza é tão exata
E hoje em dia é tão bonito
Já estamos acustumados
A não termos mais nem isso.
Os sonhos vêm
E os sonhos vão
O resto é imperfeito.
Disseste que se tua voz tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira.
E há tempos nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
Há tempos são os jovens que adoecem
Há tempos o encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
E só o acaso estende os braços
A quem procura abrigo e proteção.
Meu amor, disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem
E ela disse:
- Lá em casa têm um poço mas a água é muito limpa.


Há Tempos - Legião Urbana

o mentiroso

O mentiroso é um homem. Sim, podemos dizer literalmente que é um homem, agora em termos de maturidade, um menino. Não digo que é tua culpa por ser assim, mas digo que deves arcar com as tuas consequências e saber dos limites. Muitas mentiras houveram em minha vida, tu disses e as repetiu agora... está repetindo para mim de novo, neste exato momento. Contei os minutos, os dias. Sei que nada do que tu falas é verdade, sei que queres me fazer acreditar em tudo, de novo, e sei que o teu foco é a insensibilidade. Pois bem, admiro a tua coragem, admiro a tua perseverança e principalmente, a tua lábia. Como consegues ficar tanto tempo com uma mentira? Lembre-se que tudo voltará para si próprio. Não sou do tipo que se vinga, mas acho que todos merecem uma lição quando se faz algo de errado. A questão é: o por que disso tudo e o por que comigo? Estava eu aqui, sentada na minha varanda, refletindo sobre as lindas palavras que me falas, sobre tuas juras de amor que sempre fez e sobre teu amor puro e sincero como tu diz. Então vem uma luz do fundo, que me adverte: "Para sua boba! Ele está mentindo de novo, como das outras vezes!" É... é aí que mora o perigo, acreditei nestas palavras outra vez, dei diversas chances a ti. Não me lembro de tu usá-las e as fazerem valer a pena, apenas lembro de tu disperdiçando-as, e mais uma vez, me fazendo acreditar em mentiras, em ilusões.
"O mentiroso é um homem, cujo gosta de me fazer acreditar em ilusões e acontecimentos surreais"
Poderia ter começado o relato assim, mas seria objetivo demais. À ti, só restam mentiras também... Se nem tu consegues falar a verdade para alguém, vai conseguir dizê-las para si mesmo? Não. Acredito que estejas premetidando algo ou apenas, sendo mais um dos idiotas do mundo. Prefiro ficar com a segunda opção, cabe mais a ti. Se tu fosses ao menos, um pouco sincero, talvez metade das coisas ruins que acontecem para ti não iriam acontecer. Abra teus olhos! Te dei mais chances, aproveite-as. Não mintas para mim de novo, eu te conheço. Será que eu quem vou ter que pedir isso? Tu não tens senso do ridículo? Enfim, isto não é um texto de "auto-ajuda" para ti, e sim uma alerta para que tu vejas com teus próprios olhos e digas para si mesmo: "Eu errei, estou errando há muito tempo e ainda resta tempo de concertar." E resta mesmo? 3, 2, 1... Minha paciência e minha tolerância estão contra ti agora.

quinta-feira, 18 de março de 2010

últimas para ti

Não te curvas diante a mim!
Apenas me dê o poder de suas regalias
Não vê que fujo da dor?
Tu insistes, tu te martirizas...

Mentiras ouvi, verdades poucas.
Quero paz ao meu coração...
Quero viver sem solidão.
Tu não entendes? Estou fugindo.
Fugindo cá estou de volta a ti.

Parece-me que quanto mais fujo
mais apareço no mesmo lugar...
Incrivel teu poder sobre as coisas.
Não digas nada, apenas te afastes...

Te afastes de meu corpo...
Olha como tu o deixaste
Saudade sentirei
Saudade a deixarei...

Ai, ai como é bom ser libertado!
Agora vá... Não ouvirás meu nome mais.
Agora vá... Pois não quero mais fugir.
Está nublado, essa é a hora.
Vá...

quarta-feira, 17 de março de 2010

c'est fantastique

C'est fantastique !
Sim, assim que se começa um relato de uma pessoa que deu a volta por cima. Será? Pois bem, aqui estou eu de novo, demorei um tempo para escrever. Estava aproveitando o tempo perdido, vendo o sol de lá fora, aproveitando as risadas, as companhias e valorizando cada momento que será para sempre. Já havia decidido, agora literalmente, consegui sair do preto. Não estou mais de luto de mim mesma. Aos poucos recupero minha alma, aos poucos junto os cacos no qual estavam soltos no chão. Ando aqui, ando lá... mas sempre pensando em uma solução, em uma saída para eu conseguir me libertar realmente.
C'est fantastique !
Sim, meu momento é este. Me deixem comemorar. Apenas um minuto. Não sei se durará para sempre. Apenas sei que eu estou bem. Sei que aos poucos os nuances de cinza estão dando espaço para as cores alegres, para o arco íris. Ah ! Finalmente minha sintonia voltou para mim. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde ela voltaria para mim. Demorou. Olhei no relógio, e nada. Amanheceu dias, e nada. Agora, finalmente, acordei, e ela estava parada na minha porta, pronta para se reencontrar comigo de novo. Não canso de dizer: C'est fantastique ! Só quem já perdeu sua alma por aí, sabe do que estou falando. Se você não a perdeu, um dia perderá, mas aí a escolha será sua, de deixá-la pelos cantos e pelos desertos, ou de trazê-lá de volta, para continuar tendo vida, com seus sentimentos vivos e concretos. A alma não se deixa levar, você é quem a solta. Cuidado. Eu já quase a perdi de vez. Me senti em um poço sem fundo, como se não houvesse chão. Não podemos dar vida a si próprio se não levamos conosco nossa alma, nossa simetria, nossa expressividade. Expresse seus sentimentos o quanto puder. Aproveite enquanto pode. Não deixe roubarem o que há de mais rico em você, ou melhor, não deixe que ela saia de você, apenas tenha limites e seja leviano diante de algumas situações para só assim você sentir a sensação de reviravolta. A sensação de vitória com sabor de revanche e de que aquilo que você viveu voltará no futuro, mas que só assim você terá mais força e garra para vencer outra vez. Assim, você poderá gritar com gosto como eu: "C'est fantastique !".

quinta-feira, 11 de março de 2010

faxina na alma



Não importa onde você parou, em que momento da vida você cansou. Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo, é renovar as esperanças na vida e, o mais importante, acreditar em você de novo. Sofreu muito nesse período? Foi aprendizado. Chorou muito? Foi limpeza da alma. Ficou com raiva das pessoas? Foi para perdoá-las um dia. Sentiu-se só por diversas vezes? É porque fechaste a porta até para os anjos. Acreditou que tudo estava perdido? Era o início da tua melhora. Pois é... agora é hora de reiniciar, de pensar na luz, de encontrar prazer nas coisas simples de novo. Um corte de cabelo arrojado diferente, um novo curso, ou aquele velho desejo de aprender a pintar, desenhar, dominar o computador, ou qualquer outra coisa. Olha quanto desafio, quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando... Ta se sentindo sozinho? Besteira, tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento". Tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para "chegar" perto de você. Quando nos trancamos na tristeza, nem nós mesmos nos suportamos, ficamos horríveis. O mau humor vai comendo nosso fígado, até a boca fica amarga. Recomeçar... Hoje é um bom dia para começar novos desafios. Onde você quer chegar? Alto? Sonhe alto! Queira o melhor do melhor. Queira coisas boas para a vida. Pensando assim, trazemos prá nós aquilo que desejamos. Se pensamos pequeno, coisas pequenas teremos. Já se desejarmos fortemente o melhor e, principalmente lutarmos pelo melhor, o melhor vai se instalar na nossa vida. E é hoje o dia da faxina mental. Jogue fora tudo que te prende ao passado, ao mundinho de coisas tristes. Fotos, peças de roupa, papel de bala, ingressos de cinema, bilhetes de viagens e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados. Jogue tudo fora, mas principalmente esvazie seu coração. Fique pronto para a vida, para um novo amor. Lembre-se, somos apaixonáveis, somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes, afinal de contas, nós somos o "Amor". Porque sou do tamanho daquilo que vejo, e não do tamanho da minha altura.




Carlos Drummond de Andrade

sábado, 6 de março de 2010

se tu viesses ver-me...

Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesse toda nos teus braços...

Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso da fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...

Se tu viesses quando, linda e louca,
Traças as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...



ESPANCA, Florbela. Charneca em flor. Em: Poemas de Florbela Espanca.

desânimo

É normal sentir isso? Não tenho disposição para mais nada. As coisas que me faziam graça agora não fazem mais, músicas que me soavam bem aos meus ouvidos, agora não soam mais. Por que? Nós nos cansamos disso mesmo? Acho que acabo de cair na rotina e descobrir o seu verdadeiro significado. Devemos sair da mesmice, ou não. Acontece é que eu não tenho vontade nenhuma de querer mudar, só quero que o tempo passe, mas passe bem rápido pois eu não estou me sentindo bem. Outra descoberta que acabo de fazer. Sou bipolar. Acordo bem em um dia, mas parece que sempre algo vai me desmoronar. Durmo triste, quase todas as noites, sonho para que isso melhore e passe, estou incrivelmente em meses pretos e nublados. Faz sol e calor lá fora, mas aqui dentro de mim, chove... e escurece cada vez mais. Há remédio para isso?...Você disse viver? E o que eu estou fazendo agora? Como as coisas são! Em plena madrugada estou eu aqui, escrevendo sobre o que estou sentindo. Isso já virou clichê, quero inovar. Não quero que isto caia em rotina também. Preciso descobrir novas pessoas, novos horizontes e ir além das fronteiras. Eu consigo, apenas mostre-me o caminho, por enquanto não o encontrei. Está difícil. Creio que deve ser assim mesmo, o paraíso não virá de graça para nós, teremos de procurá-lo com todas as forças. Não desisto, apenas insisto. Cá estou eu, tentando achar respostas outra vez, e respostas que nem sequer vão ser respondidas. Ah, Deus! Será? Que desânimo desgraçado. Liberte-me urgente deste terrível fim, não quero viver assim. Lhe peço de coração, pois sei que anjos virão. Tsc, paraíso, paraíso... Aqui vou eu, vou sair de uma plena estação para o verdadeiro paraíso. Pelo menos acho que obterei respostas, as mais esperadas respostas que um dia sonho em encontrar.

quinta-feira, 4 de março de 2010

cecile & michel. c'est fini ?

Je veux raconter une histoire. Une histoire très compliqué et triste sur une fille qui aime la vie mais qui n'aime pas les mensonges. Cecile est une fille très intelligente, gentille, sympa et surtout... Hmmm... surtout, bon... on dit qu'elle a un fort génie et qui parle les choses quand on ne se doit pas dire. Sincère? Uhh mon dieu, Cecile parle tout et quand elle connaît quelqu'un qui ment... Elle se devient furieuse et une autre personne. Il faut se contrôler. Cecile a connu un garçon très mignon et drôle. On pensait qu'ils se sont combinés et que finalement elle a trouvé son amour! Pas du tout... Michel, le garçon, a commis une grande faute ! Il a menti ! Il disait qu'il l'aimait et qu'elle a été son vie mais malheureusement... Ce n'etait pas vrai ! Michel est un garçon qui aime les filles et aime les conquérir mais pas pour se tomber amoureux et oui, pour s'amuser... pour rire. Quand Cecilie a découvert, elle voudrait le tuer avec tout ses forces. Elle a pensé: "Mon Dieu, j'ai été une bête ! Je me déteste, je me haïs !". Michel, d’autre part, a senti un peu d'amour pour la fille. Oui, on peut penser qu'il n'a pas menti, mais comme on le connaît, on dit oui. Il pensait en Cecilie tous les jours, même si il a déjà été avec autres filles, mais Cecile... leur amour, leur sourire, leur cheveux, leur bise... Il n'oubliait jamais. "Cecile, tu me manques ! Tu peux me pardonner ?" - il se répétait tous les jours. Cecilie comme toujours très orgueilleuse a été triste mais elle ne parlait pas avec lui. Les deux se rencontraient mais Cecile ne parlait pas et Michel toujours tranquile. Il a pensé: "Ahh, si je pourrais changer la situation ! Cecile est importante pour moi et oui, je sais que je m'ai trompé, mais... je ne voudrais pas la blesser, j'ai été sincére, toujours sincére... Je me regrette !". Il voudrait parler tous ses pensées pour elle, mais il n'avait pas su comme faire. Alors, il a été tranquile et quand la vue, il a appelée. Cecile n'a pas entendu mais elle lui attendu.
- Qu'est-ce que tu veux parler avec moi ? - dit à lui.
- Je veux te dire ce que j'ai pensé, ce que j'ai besoin de parler pour toi. Je voudrais changer la situation, tu sais... j'ai été sincére et je ne voudrais pas te blesser. Tu me manques, Cecile. Je veux que tu me pardonnes ! - il a répondu avec ses yeux pleine de larmes.

Cecile n'avait pas su comme répondre. C'était une surprise ! Alors, elle a dit :
- Tu sais, je déteste les mensonges, je déteste quelqu'un qui ment... Mais surtout, tu sais que je t'ai aimé beaucoup et que je n'ai jamais oublié nos moments. - elle a répondu très triste.
- Oui, je sais... et moi aussi, j'ai parlé toujours la verité. Tu peux me pardonner ?

Cecile a pensé pendant cinq minutes et finalement répondu :
- Uh la la, mais comment tu peux me faire cette question ? Tu sais que mon cœur est toujours grand et que je ne sais pas parler l'inverse. Mais, oui... Je te pardonne.

Michel a souri et l'a embrassée. Cecile l'aime tellement, mais il ne sais pas. Elle suit triste parce qu'elle sais qu'il la veut comme son amie. Il a déjà trouvé autre amour.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

contagem regressiva

A cada dia que passa noto como a gente aprende algo. Nós passamos por tantas coisas que nem percebemos. Como por exemplo, ontem tive uma briga com meu irmão. Ficamos sem nos falar à horas. Percebi que é tão desagradável e que não quero repetir de novo, nós perdemos tempo com muita coisa inútil, poderíamos aproveitá-lo fazendo outra coisa, ou de outro modo. Antes de ontem, sai com meus amigos para um restaurante. Ri tanto que nunca havia me visto daquele jeito, me diverti demais e esqueci dos meus problemas da semana passada que tive com meu namorado. Naquela semana estava tão deprimida por conta disso. Dias passam, aliás, não passam... voam. As coisas mudam, as coisas acontecem e se movem de modo que nós não notamos. É tudo tão rápido. Eu fico insegura ao perceber o tempo voando assim, mas não deixo de curtir meu momento, meu espaço, minha vida. Você deveria fazer o mesmo! Mês passado fiz tanta coisa, paguei tanta conta, ri, chorei, tive meus momentos de estress. E agora lembrando disso, parece que foi ontem. Ano passado, então... Nem se fala! Uma coisa eu sei. Os dias estão passando, as horas também. Estou tentando fazer minha parte! Calma! Não tenho como fazer tudo ao mesmo tempo. Faço aos poucos, estou vivendo e curtindo até meus limites. Sou uma só. E se não der tempo - pois como passa voando - fica para outro dia. Amanhecer já com minhas metas, minhas missões [...] Não, pensando bem, não quero mais estas metas, vou seguir o que tiver que ser. Cansei de planejar as coisas. A vida vai lhe botando obstáculos e eu vou ultrapassando, e assim vou continuar vivendo. Oportunidades surgirão a cada dia. Só não se esqueça que tudo nesta vida passa. Até mesmo sua própria vida. Faça o que tiver que fazer, mas faça de coração e agindo com consciencia. Não arranque tapete de ninguém. Não faça deboches para ninguém, nós não somos melhores que ninguém. Haja corretamente, com sinceridade... Dê duro pelo o que você quiser ter, pois assim a sensação será mais gostosa no final. Você pode curtir sua vida de um modo digno, para que quando ela passar e seu tempo acabar, você chegar no devido lugar e falar de peito aberto:
"Errei, acertei, aprendi, mas sobretudo vivi. Vivi intensamente, mas cultivando o bem, pois acabei de descobrir que tudo o que eu fiz lá, acabei tendo uma resposta agora, na qual estou vendo diante de meus olhos, mas com uma visão diferente, panorâmica, uma visão de cima. E percebi que colhi uma coisa muito melhor do que imaginava. Sim, deixei vestígios bons, eles vão ser usados no futuro, não por mim... mas por estas que estão vivendo agora. A minha vez já foi, deixe que os dias passem para eles. Ah, dê só mais um aviso: Faça que ajustem seus relógios, pois o tempo está passando e eu estou começando a contar a partir de agora."

o que eu tenho guardado

Estava eu aqui lembrando daquele dia em que você me perguntou o que eu tenho guardado. Na hora, não soube responder, mas agora pensei sozinha aqui comigo. Eu tenho muitas coisas. E creio que agora sim, poderei lhe responder. Tenho vida. Nela, aprendo tudo o que sou hoje e o que serei no futuro. Nela, erro e concerto meus erros. Nela, busco a felicidade onde não se encontra facilmente. Tenho amor. Na qual guardei para você. Você não soube como lidar, não soube usar este amor como uma arma de proteção, de carinho. Só soube ver o mal. Claro, você sempre muito pessimista, nunca mudará este jeito. Enfim. Tenho amigos. Eles sabem como me colocar para cima, me fazer rir e sabem como me ouvir e ajudar. Pois é, amizade não é só aquela que está do seu lado só nos ótimos momentos, mas nos ruins também. Tenho tudo isso aí em cima. E agora, já que você havia me perguntado o que eu tenho guardado, eu vou lhe complementar. Tenho guardado esperança. É, aquela coisa que a gente sente bem no fundo de que tudo poderá mudar um dia, de que tudo pode ser diferente daqui pra frente. Tenho guardado mágoas. Mágoas do mundo, mágoas de pessoas, mágoas de você... e nem sei se você notou isso. Tenho guardado arrependimentos. Me arrependo de não ter ido àquela viagem nas férias passadas, me arrependo de não ter dito que gostava daquela pessoa sem saber que ela poderia simplesmente desaparecer de um dia para o outro. Me arrependo de não ter dado bom dia ou boa tarde ao meu vizinho. Pois é, tenho muitos arrependimentos, com eles posso aprender a não repeti-los de novo, quem sabe. Tenho guardado seu amor. Será que eu fiz bem? Guardei por tanto tempo um espaço para você em mim. Meu coração fechou-se completamente à outras pessoas. Só ficou você. E agora eu quem lhe pergunto. Eu fiz bem em ter feito isso? Você mereceu depois de tudo que me fizera? Tenho guardado coisas boas e ruins. Lembranças boas e nem tanto. Digo que para tudo tem o seu lado bom e o ruim, tenho guardado comigo um pouco dos dois. Os bons eu para sempre vou lembrar, os ruins... talvez, vou lembrar de um modo diferente, de um modo em que eu não os cometa de novo no futuro. Agora, posso lhe perguntar outra coisa? O que você tem guardado? Desta vez não minta, você sabe que detesto mentira e que as abomino. Responda sinceramente, quero ouvir suas versões e saber o que se passa com você. Esquece... Não vou me enganar outra vez, nós não somos como antigamente. Não responda, apenas pense nas respostas e use-as para seguir em frente, como eu estou fazendo agora, neste momento. Já.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

saudades

Acho que estou com sintomas de saudades. O problema é que eu não sei do quê. Apenas sinto essa saudade apertando no peito. Pensando bem, posso sentir saudades de tanta coisa ao mesmo tempo. Daquela conversa com a mamãe aquele dia, daquele passeio com os amigos, daquela viagem inesquecível, daquele show da banda preferida, ou até mesmo, daquela pessoa especial, que faz seu coração acelerar... ou como pode ser também, saudades de tudo que eu ainda não vivi. Fico com a ultima opção. Todas esses momentos citados eu já vivi e já revivi. Posso repetir várias vezes, ficam como lembranças. Mas, agora... e das coisas que eu ainda não experimentei? Tenho saudade de poder tomar aquele sorvete que não pude tomar, tenho saudade de por meus pés naquela praia enquanto eu não podia andar, saudade de coisas malucas, saudade de quando eu não comprei aquilo que eu mais desejava comprar. Quero viver a vida intensamente, sem receios. Poder descobrir todos os lados dessa vida. Quero sentir na pele o que eu ainda não senti. Quero enfrentar desafios que eu ainda não enfrentei, andar no molhado sem medo de escorregar, correr pelo campo sem ter hora para voltar. Cansei de depender de papai e mamãe. Vou enfrentar as coisas de frente, para poder ter saudade de tudo isso no final. Resolvido. A partir de hoje vai ser um dia diferente. Farei tudo sem receio. Arrumarei a cama pois não vou deitá-la nela tão cedo, a janela está aberta. Estou sentindo que o vento está dando respostas a mim. Fiz a escolha certa. Larguei dessa vida, vou tentar outra. E se eu não voltar satisfeita, procurarei outra, até eu encontrar o que me espera, minha felicidade. Pronto! Tenho mais 6 chances de procurá-la, e quando eu encontrar... vou me libertar e aproveitar cada segundo de minha existência.

louco

Sou louco sim e estou vivendo. Tenho ideias loucas. Faço coisas loucas.
Amo como um louco.
Admito. Erro as vezes com minhas loucuras.
Sou feliz. Sou louco sim.
Você tem uma vida? Por que não vem comigo que eu te mostro meus planos?
Ah, achou uma coisa de louco? Pois bem, prazer em conhecer. Este sou eu.
Venha comigo que te mostro as mais gostosas loucuras;
Venha comigo, que te mostro as mais belas aventuras.
Quero realizar meus sonhos loucos com você.
Digo que deves aproveitar como eu aproveito. Temos uma vida breve nos esperando.
Digo que te amo como um louco.
E assim poderemos compartilhar nossas ideias loucas;
A sós, feito dois loucos.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

crítica aos que não pensam

Como podemos começar um assunto tão complexo como o Meio Ambiente? Bom, podemos começar pela conscientização. Quanto de nós brasileiros temos consciência da importância do meio ambiente para as nossas próximas e atuais gerações? Poucas pessoas se importam, outras nem se quer se posicionam a alguma opinião ou pesquisam sobre o assunto. Não há muito interesse por partes. Quando digo que é complicado, é complicado. Nem todo mundo vê as necessidades, as importâncias. É uma pena, vivemos em um mundo no qual 90% das pessoas preferem não ver a realidade e os outros 10% acabam ficando com a responsabilidade. Pois é, é difícil. Poderíamos cada um fazer sua parte. Mundo injusto! Acabei lembrando que não é todo mundo que tem uma educação ambiental. O governo se preocupa? Acho que não... Pelo que eu vejo, não. Chuvas em tempo que não eram para ter, enchentes demais, pessoas morrendo, casas sendo perdidas, objetos, e as vezes até o seu ganha pão. Você assiste isso quase todos os dias, pessoas lutam para ter algo na vida, e uma chuva de mais ou menos 1 hora acaba destruindo tudo. Algo de errado tem, não é mesmo? Agora vamos para as conclusões. Nada disso teria acontecido se o governo implantasse educação ambiental para as crianças, e adultos desde classe baixa até a alta. Nada disso teria acontecido se a população começasse a se conscientizar em prol do meio ambiente em que vivemos. Vi no jornal esses dias, acabei me revoltando de alguma forma. Pensei: "Não é totalmente culpa do governo, é também uma parte da população!" E é aí que entra o problema. Nem todo mundo sabe sobre Aquecimento Global, reciclagem, energias renováveis, separação e coleta de lixo e etc. Por isso tudo o que está acontecendo atualmente, continua amanhã, depois de amanhã e depois depois de amanhã. Nunca vai ter fim se não procurarmos a saída. Mas não é só eu e nem você, mas sim todo mundo se unir para uma única resolução. Cansei de desmatamento, cansei da falsa politicagem da Amazônia. Ficar parado olhando o barco afundar é fácil, o difícil é agir e tentar mudar. Pensar sobre o futuro, é o que sempre está em questão desde que viemos nesse mundo.

dor?

O que é isso que me persegues?
Por que insistes em ficar em meu corpo?
Sai.
Não vê que acaba comigo?
Não aguento mais estas dores, estas mágoas que vem de dentro.
Me olho no espelho, me vejo sem expressão.
Pego minha bolsa, a chave do carro.
Passeio sem rumo, vejo tudo sem fruto e assim continuo com este tumulto.
Estes gritos dentro de mim querendo ser libertos até o fim.
Sai.
A mim você não toca mais, olhei ao horizonte, senti esperança.
Senti liberdade e um pouco de tolerância.
Eta vida bandida, aprendemos e erramos.
Concordamos e descordamos.
O que mais nos resta? Diga...
O que mais nos resta além destes restos de esperança?
Tempo?
Não se iluda, nunca há tempo.
Se esperarmos demais, ele que nos toma da gente.
Dor... dor... dor.
Quando passará? Quando sairá de mim?
Apenas esperando enfim...
O dia que me resgatarás deste triste fim.

vii

Não têm faltado bocas de serpentes,
(Dessas que amam falar de todo mundo,
E a todo o mundo ferem, maldizentes)
Que digam: "Mata o teu amor profundo!

Abafa-o, que teus passos imprudentes
Te vão levando a um pélago sem fundo...
Vais te perder!" E, arreganhando os dentes,
Movem para o teu lado o olhar imundo:

"Se ela é tão pobre, se não tem beleza,
Irás deixar a glória desprezada
E os prazeres perdidos por tão pouco?

Pensa mais no futuro e na riqueza!"
E eu penso que afinal... Não penso nada:
Penso apenas que te amo como um louco!



Olavo Bilac

à 66 km do prejuízo

Fugindo da grande enchente que acontecera em Veneza há 6 dias, Felipe, sua segunda mulher e seus quatro filhos, estavam no Km 66 a caminho de Moscou. Como era um sexagenário, dirigia lentamente, à 60 Km/h. E por isso, seus três últimos filhos sonhavam tranquilamente, enquanto o quarto degustava uma 51 com sua mãe. No entanto, a gasolina de seu Jaguar acabou e fundiu o motor. Logo, pararam em um hotel seis estrelas ao lado de um posto. Decidiram se hospedar, pois o concerto do carro levaria seis demorados dias. Os filhos amaram a ideia, porque iriam curtir as piscinas durante todo esse tempo. Ao anoitecer, Felipe, vendo o panfleto do hotel, reparou que lá havia um cassino. Embora sua mulher não gostasse que ele jogasse, ele o fazia escondido, pois segundo ele, adquiria seis vezes mais sorte jogando. Após descer os seis lances de escada, finalmente conseguiu alcançar seu vício, o cassino. Enquanto esperava o seu sexto Dry Martini, apreciava o seu forte e saboroso Jack Daniels ao som de The Doors. Sua conta bancária diminuia seis vezes a cada instante, pois além de beber, apostava 60 euros a cada jogada. Nos primeiros 60 minutos, o velho apenas ganhava. Porém, com a chegada de um estranho, espadaúdo e musculoso homem de Las Vegas, o sexto melhor jogador do mundo, seu jogo acabou tomando outro rumo. Como adorava desafios, decidiu propor uma única aposta com esse misterioso homem. Apostou todos os seus 6.666.666.666,00 euros e mais seu Jaguar. Exaustos de jogar por 1 hora e 51 minutos, a última bolinha escorregava pela roleta. A ansiedade os consumia. Ao cessar o barulho da roleta, Felipe abriu os olhos. O seu mundo caiu, a bolinha parara em um número vermelho. Desesperado e desapontado, caminha até o bar do posto e diz: "Me dá minha última 51!"


PS.: Redação de Português feito com a Gi e com a Isa.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ontem, hoje e para sempre meg.

Era um dia bonito, Meg e Brian estavam apaixonados. Brian era famoso por sua banda de rock 'n' roll e por suas composições mais profundas que sempre fizera. Meg era apenas uma garota apaixonante na qual dava sua vida pela pessoa que realmente amava. Havia um sorriso encantador, cabelos longos que cheiravam ao perfume da flor mais pura que existia. Brian não podia esquecê-la, não podia perdê-la... Ela era uma garota diferente das outras.
Brian vivia fazendo turnês pelo mundo afora, estava em alta, muitas mulheres atrás dele e sempre com seu sucesso imbatível. Tinha defeitos: mulherengo, drogado e bêbado. Meg odiava isso e fazia de tudo para que ele mudasse esse jeito nem um pouco, 'encantador'. Quando estavam em férias viviam viajando para cidades dos EUA, como San Francisco... Los Angeles, sempre buscavam conhecer novos lugares. Dessa vez decidiram escolher Las Vegas. Um lugar iluminado para caracterizar mesmo a vida dos dois que estava no auge. Passaram grandes momentos inesquecíveis. Fotos foram tiradas, promessas de amor foram trocadas. Quando estava bem, Brian nem se atrevia a se drogar, de vez em quando bebia algo ali, bebia algo aqui... Mas sempre sendo controlado por Meg. Enfim, passaram umas férias maravilhosas no Caesar's Palace Hotel, um dos melhores hotéis de Las Vegas. Mas, o que é bom, dura pouco, o trabalho de Brian voltara e ele precisava retornar aos estúdios e buscar mais inspiração para suas composições. Havia pensado de tudo, mas nada vinha em sua cabeça, ele precisava escrever algo. Meg não ousava o ajudar, pois sabia que era péssima em composições musicais apesar de fazer ótimos poemas. Quando não buscava inspiração, Brian saía para tomar ar, para ver mais a cidade pelo seu ponto de vista, normalmente quando ele dava esses passeios voltava para casa correndo com algo novo para escrever, mas dessa vez estava realmente difícil. Ao voltar com sua turnê, o primeiro show iria ser em Los Angeles, esperado por todos com uma multidão prevista para assisti-lo junto de sua banda. Brian ficava ansioso com essas grandes participações, era sempre confortado por Meg, mas mesmo assim acabava se afundando em bebida e mais bebida. Nos backstages, vivia sempre com um pacote de cocaína para usar antes dos shows. O grande dia havia chegado, Brian queria logo fazer essa apresentação para sua ansiedade acabar de vez. Muitas pessoas a expectativa e Brian repetindo nos backstages: "Sou um grande cantor de rock 'n' roll, estou no auge. Mas que porra! Por que estou me preocupando?". Meg estava esperando para admirar seu namorado no meio da multidão, que era como ela gostava de ficar, sabia de cor todas as músicas, parecia uma fã alucinada. Era incrível como ela o admirava. Brian fez seu aquecimento, deu uma cheiradinha e foi logo se preparando. O palco estava a sua espera e o que aconteceu foi que se deu bem como em todos os outros shows. Cantou seus maiores sucessos e o público foi ao delírio. Ao acabar do show, fãs desesperadamente queriam vê-lo para tirar fotos e receber autógrafos. Mas algo de estranho iria acontecer. Uma de suas fãs, japonesa, beleza oriental, bonita e cheirosa acabou o seduzindo, era uma antiga conhecida dele. Brian trocou idéias com ela, colocou as conversas em dia, naquele instante acabou esquecendo que existia uma pessoa que realmente se preocupava e o amava de verdade, Meg. Fechou as portas do backstage e os flertes começaram a ficar mais notáveis e diretos. O que aconteceu foi que acabou se rendendo ao seu charme e tendo um momento de infidelidade com direito a 'sex, drugs and rock 'n' roll'. Brian era mulherengo, isso era uma pena para um cara que tinha tudo para dar certo com sua personalidade forte e seu talento. Meg gostando da apresentação de Brian foi direto ao backstage para lhe parabenizar, ao abrir a porta dá de cara com aquela cena horrível. Seus olhos fixaram-no, lágrimas quase caíram, mas como era forte conseguia esconder sua tristeza. Brian acabou vendo Meg e parou de se agarrar com a conhecida japonesa. Foi em direção a ela, mas a perdeu de vista. Brian não estava raciocinando devido às drogas e ao álcool, mas sabia que havia feito merda.
Meg correu pelo meio da rua ainda chocada com a cena, não conseguia acreditar que Brian havia feito aquilo com ela. Parou em um banco, sentou e ficou pensando em tudo que já tinha passado com ele, em todos os momentos, em todas as conversas, as juras de amor e falava com ela mesma: "Tudo o que ele falava para mim era mentira então, eu sou idiota. Muito idiota, eu devia saber que namorar um cantor de rock 'n' roll não daria certo. Mentiroso!!! Ele merece se foder, isso sim. O que custa ser sincero? Te odeio Brian, te odeio!" Meg não suportando a dor, deixou umas lágrimas cair, não era a primeira vez que Brian havia errado com ela, mas Meg pelo seu amor, deu outra chance. Ela o amava muito e sempre foi sincera com ele, nunca mentiu uma vez sequer. Naquele mesmo dia, tudo passou a ficar sem graça para ela. Voltou para casa arrasada e o dia já estava cinzento, sem cor, sem vida. Passou o resto do dia deitada na cama ouvindo suas músicas como: November Rain que sempre lhe fazia repensar sua vida, como I Still Love You do Kiss e Black do Pearl Jam, ela adorava. Brian voltou para sua casa também achando que poderia encontrar Meg de braços abertos o esperando, e não foi o que aconteceu. Sua casa toda apagada, parecia um momento de velório, não poderia imaginar que fizera aquilo com Meg. Dias foram passando e Brian não sabia se iria atrás de Meg ou não. Estava sentindo falta dela, ele não era mais como antes. Esperava por todo custo que Meg desse algum sinal de vida pelo telefone ou mandando alguma mensagem via celular, mas nada. Nenhum sinal. Brian a cada dia se afundava mais em bebidas e drogas, chamava por Meg todos os dias, precisava dela como ninguém, era a única que tinha o poder de fazê-lo parar com tudo aquilo, era a única que tinha o poder de fazê-lo sentir bem. Ele precisava mais do que nunca do calor dos braços dela, do abraço que ela dava, do beijo. Ele recebia telefonemas da banda, pois precisava voltar ao trabalho. Não atendia nenhum. Estava realmente no fundo do poço. Só vivia mesmo de cigarro e Jack Daniels. Às vezes era pego falando sozinho: "Meg... Meg, por onde andas, meu amor? Apareça, não se esconda mais, eu estou aqui para você. Chega de brincadeiras, porra!". Ele achava que ela iria aparecer em um passe de mágicas. Enquanto isso, escutando Patience do Guns e Another Time do Edguy, notando as letras profundas e combinando com o momento, foi tendo inspiração para fazer novas canções. Uma delas foi com o título de: "Ontem, Hoje e Para Sempre Meg" inspirado na própria. Não era uma música qualquer, era a música feita para ela, com a história dos dois. Quando terminada, tocava todos os dias com seu violão, pensando em como seria se ela estivesse o ouvindo tocar e cantar. Ele pensava nela a cada momento, naquele cheiro que ela tinha, naquele sorriso. Para sentir-se mais próximo, pegou o álbum de fotos da viagem que haviam feito para Las Vegas e viu uma foto de Meg sorrindo, com o vento em seus longos cabelos o fazendo mostrar seu rosto angelical. Brian sentia um aperto no coração e a cada momento implorava para ter esse sorriso, esse corpo de volta. Meg era uma inspiração para ele, não podia perdê-la. Sem ela, nada era como deveria ser, ele praticamente não funcionava.

"Abra a porta Brian! Caralho faz uma semana que você não vai às gravações, você tem problema, cara?" - era sempre acordado com o baixista batendo a porta de seu apartamento, e Brian nem ligava. Continuava dormindo, só acordando para ver se havia algo em seu celular e para beber mais um pouco de vodka e injetar mais heroína. Definitivamente, estava em depressão. Enquanto isso, Meg continuou vivendo sua vida normalmente, como se não tivesse conhecido Brian. Não iria mais dar chance a ele. Ela não conseguia mais confiar nele. Sentia sua falta, o amava mais que tudo, mas não poderia voltar com ele. Apagou tudo que o fazia lembrar, músicas em seu mp3, lembranças, fotos e etc.
Brian via seu violão sem expressão, tocava, mas não era a mesma coisa tocar para ele mesmo, queria tocar para Meg, como sempre quis fazer. Pensava em todo momento no que ela falava: “Brian, eu não posso viver com você e eu não posso viver sem você.” Parecia que ela estava falando naquele momento de tanta perfeição que era. Ele podia escutá-la falando perfeitamente como se estivesse acontecendo naquele momento. “Você sabe que eu te amo você sabe que sempre foi, é e sempre será importante para mim. Obrigada por ter entrado na minha vida, obrigada por ter dado a chance de ter te conhecido.” Essas frases que ela lhe falava não saiam de sua cabeça, os rondavam dia e noite. Brian ficava se repetindo: “Promete que não vai me esquecer? Você é a pessoa mais importante para mim, a melhor coisa que me aconteceu”. Ele estava realmente enlouquecendo, e precisava vê-la o mais rápido possível. E então decidiu deixar mensagens na secretária eletrônica e por toda parte, uma delas dizendo:

“Meg... Preciso te ver. Para mim está ruim sem você... Está ruim demais, sério. E eu só quero estar ao seu lado. Sinto sua falta toda hora. Eu te amo muito, muito, muito.”


Meg não respondia a nenhuma mensagem, fingia que não era com ela, achava que ele estava mentindo para ela de novo. Até que Brian perdeu a cabeça e decidiu ir até o apartamento dela. Não hesitou em tocar o interfone, foi direto entrando, pois o porteiro já o conhecia. Meg tinha o costume de deixar a porta destrancada, para que se caso acontecesse algo, não seria preciso destrancar. Brian entrou correndo, estava sóbrio dessa vez e gritava: “Chama a polícia, mas quero ver seu rosto, preciso ver você agora!”. Ao entrar no apartamento de Meg a vê deitada no sofá sem movimento nenhum. Aproxima-se lentamente e silenciosamente, pensou que estivesse dormindo. Mas não. Meg estava com sangue do lado esquerdo do peito e com uma arma caída do lado do sofá, ela havia se matado. Brian não acreditava no que via, achava que era alguma brincadeira e começa a gritar seu nome. Implorava pelo menos mais um momento com Meg, se arrependera de ter errado com ela e de ter passado menos tempo que deveria. A partir desse dia Brian nunca mais foi o mesmo, se culpava todos os dias e ficava pensando porque não foi ele quem morreu. Imaginava Meg falando o último “Eu te amo” ou o abraçando como ninguém o abraçara. Sua música em homenagem a ela foi a que mais rendeu sucesso a banda. Era a primeira nos hits das rádios, todo mundo queria escutar. Rendeu um bom dinheiro para Brian e sua banda. Mas ele não era feliz, pois não tinha aquele alguém do seu lado, pois não tinha ela... A Meg. Brian era pego sempre distraído, depois que ficou permanentemente sem Meg, passou a ser outro cara, se afundou mais em drogas, em bebidas, saía com tudo quanto é mulher, mas ninguém era que nem ela. Ninguém tinha a doçura de Meg, ninguém tinha seu olhar expressivo, seu abraço e nenhuma outra mulher sabia falar as palavras que Meg falava, as únicas que o confortava, as únicas que o fazia ficar todo bobo de amor. Ela era realmente incrível e não ia conhecer nenhuma outra igual. Passou a ser um cara amargo, grosso e rude. Não era mais brincalhão, nada mais tinha graça. Brian queria morrer, pensou em se matar também, mas seus amigos da banda estavam sempre por perto o ajudando:

“Ela está olhando por você. Ela morreu te amando, ela te admirava, e com certeza está orgulhosa do sucesso que está fazendo com a música feita para ela.” – dizia seu amigo Kurt, o baixista.

“Não é a mesma coisa, merda! Eu não toquei para ela, tente entender. Eu não cantei tocando no rosto, olhando nos olhos dela. Ela se foi e nem ao menos se despediu de mim, morreu com magoas de mim.” – respondia inconsolavelmente Brian.


Uma Meg havia morrido, realmente com muita mágoa, nada o machucava tanto quanto as atitudes de Brian. Ele tinha atitudes que a machucava profundamente, como ninguém havia machucado. Passou grandes momentos com ele, mas outros muito ruins. Brian agora precisa de uma nova vida, esquecer tudo de ruim que passou, precisa esquecer que algum dia conheceu Meg, no qual é impossível – dizia ele. O tempo foi passando e Brian nunca mais deu um sorriso sincero, nunca mais passou a ser o Brian, o cara do rock ‘n’ roll que todos queriam ser no qual vivia sempre repetindo para si mesmo: Ontem, hoje e para sempre Meg, minha eterna Meg.

recado aos que me fazem mal

Segredos, promessas, juras de amor trocadas. Fim.
Acordou?
É difícil acreditar! Quantas conversas compartilhadas, tantos segredos e gostos em comum...É, sumiram, se foram junto das chuvas de janeiro.
Voltam?
Talvez, quem sabe. Não podemos desvendar o futuro, apenas refletir sobre o passado.
Foi bom?
Lembranças... Ah, aquelas nossas lembranças. Não tem como se esquecer daquela nossa viagem, daquela nossa conversa por telefone.
Dói?
Arde, bem no fundo. Me sinto numa nuvem preta, ou até mesmo caindo num abismo.
Vai se salvar?
Apenas estou esperando você. É, você mesmo, por que demoras tanto? Venha, não vê que estou sem rumo, sem saída? Ah, acabei me esquecendo. Aquele amor que nos pertencia, agora não me rege mais, e sim a outra pessoa. Mas que boba eu fui achar que me salvarias! Não posso alimentar uma ilusão, devo é por meus pés no chão, pegar minhas malas, sair deste lugar preto, ver o mundo de outras cores, não mais com estes nuances de cinza. Devo andar numa praia, escutar meu velho e bom rock ‘n roll, refletir sobre a vida, sentir o vento em mim, esquecer de suas manias e passar a lembrar do meu futuro, do que me espera. Pois é, aqui vou eu. Pegar esta estrada sem rumo, quem sabe o meu telefone toque depois de amanhã. Quem sabe, você esteja na porta de casa esperando meu abraço, implorando meu perdão. Não, estou sendo boba de novo! Viu como crio esperanças? Você não faria isso, te conheço bem... Pois então, aqui vou eu. Procurando um caminho, procurando minha felicidade. Refazendo novos planos, que agora, não são mais com você. Adeus, isso mesmo... Adeus, quem sabe eu volte. Quem sabe você verá meu sorriso outra vez, daquele que o fazia pirar, que fazia iluminar seu dia. Chega! Não quero mais, isso está me sufocando. Adeus mundo preto, adeus aos que não me querem bem e aos que me fizeram mal.

back in black

Então você diz que está com raiva. E eu me pergunto, raiva do quê? Eu quem deveria estar com este sentimento depois de tudo que me fizera! Então você me provoca, achando que vai me afetar. E eu penso comigo mesmo:
"Não vou deixar que isso me atinja... Mas é inevitável, está me machucando, pára! Será que ela não vê que me machuca?"
Então você continua, e continua. Você não me ouve chamar. Apenas me cutuca. E eu ali, bem do seu lado, olhando tudo e acabado por dentro. Então você vem e diz que sente minha falta. Paro, e vejo o por que. Depois de tanto me provocar, depois de tanta raiva, ódio, xingamentos... mágoas. Da onde vem esta força? Seria sincero? Por que devo acreditar nisso? Se tudo que me fizera foi acreditar em mentiras? Não... Pára! Não vou cair nessa de novo. Penso em você, mas penso em mim e reflito no passado. Por que sentes minha falta se já não está feliz e satisfeita? Já tem até outro amor ao seu lado. O que mais quer de mim? Já roubou minha alma... O que mais você quer? Me diga! Não, não digas nada... Apenas devolva meu corpo, meu coração que ainda permanece em seu lado, todo dia, toda noite. Só você não vê, ou finges que não. Preciso voltar em mim, preciso retomar o tempo que você roubou. Não te conheço mais, acreditei em uma utopia e não em um ser humano digno de minha atenção. Agressivo, eu? Não vê que quem estragou tudo foi você? Coração bandido mesmo. Sempre traiçoeiro. Dessa vez me pegou. Eu quem fui a vítima dessa aventura. Agora, vai, anda, devolve meu corpo e minha alma. Está tarde, quero voltar para casa. Tenho meus deveres a fazer, meus valores e minha dignidade ainda estão vivos em mim. Ainda tenho muito que lutar. Se você não percebeu, outras vão perceber. Vai. Já ficou tempo demais. O relógio já apitou às 18:00h. Meu caminho me chama. Minha vida me espera lá fora. Não vai ser você quem vai mudar isso. Está rindo? Não te preocupas. Não vou voltar mais, só vim buscar o que me pertence. Vou te deixar em paz. Sei que estás bem, sei que não sofre. Ótimo. Só não quero mais isso. Já estou esgotado. Vou pegar o ônibus lotado... 18h:15, já se passaram 15 minutos. Não vai devolver? Pois então fique com minha alma, guarde-a para você. Não quero mais estas lembranças que me fazem sofrer. Vá, guarde no seu casebre, onde não tem só meu corpo, e sim uma coleção. Estou indo embora. Lembre-se de mim como alguém que deu tudo por você, que fez de tudo por você, mas que felizmente, hoje... Traçou uma nova direção. São 18h:30 já vou. Não tem nada a me dizer? Pelo menos espero que no futuro, se lembre que eu existi em sua vida. Muitas águas vão rolar, e o que vai, volta. Ah, se volta e eu não estarei aqui para ver. Não quero presenciar este triste fim. Só lamento. Hoje quem sofre é eu, amanhã... Será você e aí sim você vai entender o que estou falando. Preciso ir, preciso experimentar novos sabores. O seu já experimentei, é amargo. Vou procurar algo mais doce.