Ele não compreendia metade do que via, sua cabeça girava por dentro, mas se mantia fixa ao pescoço a todo momento, olhando para frente. Sua respiração estava lenta e fraca, como se estivesse tragando os conceitos absurdos que se deparava, numa tentativa disfarçada de filtrá-los. Seus olhos eram teimosos, insistiam em olhar para os lados, analisando cada elemento desconhecido, decinfrando-os. Ele só queria ir para casa, estivesse ela onde estivesse.
[...]caminhava cautelosamente até o fim do corredor vazio, estava ficando tarde e ele já não ouvia nada além do estalar da sola de seus sapatos com o chão, e de sua respiração rápida e desenfreada. Ele não sabia o que tinha atrás daquela porta, mas sabia que não poderia ser pior do que a curiosidade aprisionada por trás dos pobres olhos cansados e inchados.
"Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem."- Cruz e Souza