o degustar do boldo
eu dialogo com os astros e cosmos
me encontro com os corpos
e junta um só
a sincronia presente
da peripécia do meu gatilho poético
a noite preexiste
na minha natureza incerta
escondo meus poderes através
do mapa do meu corpo
o extraordinário desejo
de desenhá-los
com as pontas dos dedos
na lucidez do desgaste
percorro na sintonia
da fantasia lasciva.
sutilmente, me despido de sagacidade
enxergo meu corpo vivaz e imponente
e observo chamas no meu peito.
o desejo alterno
e a coragem de poucos
ou ?a falta?
colapso.
olhos voltados ao desastre
é durante a madrugada que
meu corpo derrete,
sublime e incontestavelmente
polido e insolúvel.
trago o tom intrínseco
em um trago de erva
a liquidez da Lua constantemente
penetrada na vulva,
meu corpo gelado e úmido
do suor e da saliva
descarrego minhas fantasias
entre dedos e sonhos
é a unica maneira que encontro
de mostrar o que sinto ao mundo
eu faço verso
verticalmente eu verbalizo
o sulfato embargado na garganta
não dissolve o que tem dentro
sobrecarregada,
eu escondo tanto e não demonstro nada
desvio os caminhos do meu mapa
em transparentes labirintos
assimétricos
nem eu entendo.
a realidade do Ser
em outra persona
complexa e mental
na fusão da frágil e sentimental
perco a percepção
e me torno invisível
ninguem me vê
se não eu mesma
como
vim
ao mundo.
vagando entre os meus lirismos
não consigo escolher
com qual sinônimo
eu carrego o meu pseudônimo
a quietude e o consolo
eu sou puramente o deslumbre
daquilo que não há de ter um sentido.