quarta-feira, 30 de março de 2011

em uma mesa de bar

Noites e noites, na mesma mesa de bar, mais precisamente, naquela mesa de bar. Ouvia Stones, gozando do bom rock n' roll que era oferecido pelo local. Garrafa de cerveja sempre na mão, às vezes abusando de uma vodca ou whisky das quais não saia tão cedo de lá, intercalando com jogos de sinuca. E ela me empurrava para mais, para mais perto. Me deixava fascinada aquele ambiente ao mesmo tempo sujo e ao mesmo tempo alegre, que me afogava às mágoas. Via pessoas todas as noites, madrugando, saindo carregadas e sem força. Pensava do por quê estarem fazendo isso, pessoas têm constantes problemas, e eu tinha os meus cujo os afogava em minha garrafa de Jack Daniels.
De vez em quando uma dose não surgia efeito, precisava de mais e de mais e de mais. De vez em quando o demais era o suficientemente para me deixar morta, sem moral, sem uma âncora para me salvar daquele mar de pessoas sendo afogadas junto de mim. Literalmente, quebrada, roupas rasgadas, como se fosse uma moradora da rua mais podre e mais escura que existe. Era assim que voltava todas às manhãs para casa, sem nem lembrar o caminho, sem nem lembrar quem eu era, o porque de estar ali.
Ressaca brava pelo resto do dia, minha vida seguia desse jeito, não havia mais retorno, estava me rendendo aos poucos em meus problemas. Não tinha cara para enfrentá-los, eles riam maleficamente até me ver em pedaços.
Como se não houvesse tristeza, a minha única alegria era meu rock n' roll, minha guitarra, minhas partituras e composições... sem esquecer, da garrafa (sem se importar com o tipo), porém, quando eu não doava meu tempo para isso, doava para meus problemas, eles não paravam de rondar minha cabeça, meu subconsciente, já estava enlouquecendo.
Eram exatamente 22h30 hora de pegar a bolsa e ir a caminho do bar, meu velho amigo, o único com quem posso desabafar por muito tempo, o único que me escuta e me compreende. O único. Eu me rendo.

quinta-feira, 17 de março de 2011

show de máscaras

Abre-te Sézamo - "ABRAM AS CORTINAS!" - O espetáculo está para começar. Está prestes a embarcar em uma viagem, do palco para a imaginação, aos olhares.

Diante de máscaras incógnitas, diante à olhares sem perspectiva e sem direção - O que será isso? Um show de máscaras? - Da tristeza, um sorriso, do sorriso, a indiferença. O tédio.
Se houver mais de uma expressão, é dúvida. Sinto-lhe informar mas, essas máscaras representam vida, representam o que quero tentar expressar nesse espetáculo. Do obscuro da máscara triste, ela segue sem caminho, tem um foco, mas não tem a chama. A chama que entorpece qualquer alma, que a deixa quente como uma estação de verão. A mesma, que nos dá o livre arbítrio de nos dizer o que fazer, de nos mostrar o que fazer. A máscara segue com a chama apagada, que não se acende nem com meia dúzia de palitos de fósforo e nem se jorrar álcool nela inteira. Seria impossível reacendê-la? Pode ser que sim, mas enquanto não descobre, a máscara triste continua seguindo sua vida entre trancos e barrancos, uma vida normal, sarcástica.
Deixando a tristeza de lado, em certos momentos, nos damos a impressão de ver um pontinho no fundo do palco bem brilhante. O que seria isso? - olhares hipnotizantes, que tem sede de descobrir o mistério. - BOOOW! Barulhos no espetáculo. É a máscara alegre aparecendo feliz e saltitante, deixando o espetáculo divertido, claro e alegre. É impressionante o poder desta para com os notórios. Pena que ela desaparece num passe de mágica. Exigente, parece uma condessa... Essa máscara é fina, daquelas que sabe divertir, porém tem limite. O limite é pouco, podemos dizer que quase inotável. A máscara segue em frente, desaparecendo como um pó e de repente entra numa fúria... Seria aquela triste. No mínimo a assassinou. - tristeza não quer a felicidade por perto. - A mesma máscara abocanhou tão rapidamente a alegre, que o pouco da mesma, se evaporou. É uma comilona mesmo, não deixou nem um restinho. A máscara triste consumiu-se toda e se alimentou do pouco da felicidade. E agora? O que fazer? - olhos de dúvidas, vejo pessoas olhando umas as outras. - Apagam-se as luzes, o espetáculo é invadido pela escuridão. Desta, não se acendeu nunca mais.


Fecha-te Sézamo - "FECHAM-SE AS CORTINAS!" - O espetáculo chegou ao fim, sem direito a bis!

domingo, 13 de março de 2011

rain


Chuva. Como descrevê-la? Fenômenos da natureza inexplicáveis. Este consiste em gotas d'água caindo sob as ruas vazias e escuras, de certa forma, nos traz um contraste obscuro e desgastante. Contudo, triste. Bem que nos faz cair por ela em pleno temporal, lavando nossas almas, nos deixando limpos por dentro. Mal que nos faz, essas gotas, às vezes calmas e delicadas, como às vezes, fortes e malcriadas. Levo com ela todas as minhas tristezas, nos renova, nos devolve a bendita alma que insiste em fugir do nosso corpo. É odiada, também amada. Só ela tem o poder de apagar o fogo, de apagar chamas que, na maioria, são fatais.
De gota em gota, uma lágrima, uma história. Lágrima que certas vezes é motivo da mesma, lágrima que certas vezes, é motivo de alegria e renascimento. Dou um punhado de minhas amadas coisas em troca de uma aposta, creio eu, que não exista algum ser no mundo que não se encante com o barulho que esta nos traz. É como se fosse uma massagem para nossos ouvidos, nos relaxa. Tranquilo fiquemos, pois ela está só doando um pouco de si para os que tem sede. Para a natureza que pede e que dela faz uma fonte de cura, onde não exista mais secura. Me envolvo no escuro da noite procurando caminhos, onde não existe medo, onde tempestades e raios se formam como uma mitologia, daquelas mais sagradas, mais sábias e mais mágicas que existe. Bem que dizem que se Deus manda a chuva, é para todos nós nos molharmos.
Ao som de trovões, constantemente assustadores, venho de forma que, estes nos traga um dia melhor, uma tarde sem desgostos e que renove nossa terra. Aclamai a Poseidon, deus da água.

sexta-feira, 4 de março de 2011

acasos da vida

Não percebo o tempo, só sei que ele passa e passa rápido. Quando eu menos espero, ele correu mais rápido que eu. Vejo que não aproveitei cada segundo que deveria, digamos que se fosse para eu morrer agora, teria vivido uma vida insensata e irrefletida. Continuo calculando cada passo que dou, as vezes calculo errado - como sempre, pois ainda sou inepta neste assunto - como as vezes calculo certo. O errado serve de lição, é uma consequência, no final você acaba aprendendo pelos seus atos, pelos seus erros. Sei que quando eu me olhar no espelho daqui uns anos, verei através dos meus olhos uma clareza incomparável, sinceridade e maturidade por lembrar que segui certos caminhos, por lembrar que renasci quando menos esperei, por lembrar que de mim, guardo experiências nas quais passarei adiante. A vida é uma coisa engraçada mesmo, lhe pega desprevenida. É capaz de lhe trazer fatos fatídicos e até mesmo, capaz de lhe trazer momentos relevantes e significativos, que você para e pensa e percebe que vivenciou das mais perfeitas sensações e sentimentos possíveis! É uma explosão de tanta coisa ao mesmo tempo.
Há um tempo atrás - isso pareceu ontem, o tempo continua correndo - lembro-me de quando planejava fins a minha vida, olhando por uma outra perspectiva atual e com mais maturidade, noto que todo esse planejamento foi em vão e que minha vida trouxe outros acasos para mim, outro caminho e direção. Sinto-me em uma montanha russa, daquelas bem estreitas, das mais ferozes e repugnantes possíveis, em que num momento estou no auge e em outro momento estou virando de ponta cabeça, prestes a mudar de opnião e de emoção em fração de segundos, caindo pelos ares e pelas ferragens da montanha russa, que me espera para que de novo, eu volte a subir com sucesso. Isso é realmente enjoativo e digamos, complexo. Não estou acostumada com certas direções que o destino me dá, apenas gostaria de fazer o que eu bem entendesse, porém, é o que dizem... o que os grandes sábios, doutores em experiência e virtude dizem: C'est la vie. Devemos abraçá-la para que esta, não lute contra nós mesmos. Caso isto aconteça, sinto lhe informar mas, não conseguirá desfrutar das mais belas coisas que a vida lhe oferece e não desfrutará dos sentimentos surreais que ela pode lhe trazer.
O tempo continua correndo, mas não tente ser mais do que ele, apenas saiba administrá-lo, aproveitando e gozando do que há de melhor nessa vida de todas as formas possíveis. Uma coisa que aprendi nessas poucas experiências que tive, foi que não devo planejar o futuro, somente saber o que quer dele e tentar realizá-lo. E também, agir com mais firmeza, fazer da minha vida, um quadro de Monet - suave, impressionista e instantânea. - A vida lhe trará oportunidades, os caminhos vão se abrir com facilidade. A saudade? Ela é inevitável. Você vai descobrir depois de um tempo, porém, só vai senti-lá se aproveitar e fazer da mesma, como se fosse uma joia rara e preciosa.