sexta-feira, 2 de maio de 2014

soneto da dor

sinto-lhe mais longe
como o vento que assopra,
te assopras para longe de mim
como um grande e forte vendaval.


ó ventania, se tu soubesses o quanto me magoa,
não o leve para longe de mim,
não traga a solidão profunda em tempos serenos,
não quero arder na melancolia da dor!


ó tempo, não cure, só me leve de volta onde parei;
estas tristes purpurinas viraram cinzas sem cor,
por mim não tem mais valor,
ó Inês, o amor é um fogo que arde sem se ver;


necessito atravessar essa ponte sem pressa,
para que eu alcance o sentimento
que a astuta ventania levou de mim.