sequência de sentidos
escritos e figurados
eu peço ao meu eu
que escreva na ponta dos dedos
a linha mais fina e assimétrica
do meu enigma
carrego no meu corpo
sinais de consciência sensível
no oásis do meu tempo seco
eu recarrego meus dedos com
tintas de Lótus
em serenas ondas de Dictyophora
.eu desperto sentidos
se tivessem me sentido.
busco no entrelaço das minhas pernas
com o lençol, o meu âmago
e prospero calafrios
arrepios da alma
com lábios carnudos e umedecidos
meu coração palpita desenfreado
o incenso da alma desolada
misturado no exagero desonesto
do estímulo
compadeço e ressignifico.
me transformo alenta e me visto
de soídos lúbricos
eroticamente vital
sórdida
eu me liberto por excelência
entre carne e ossos
eu sinto além da pele
e protesto em ruptura
o universalismo trincado
o clímax suave como cantos líricos
de manhãs reluzentes
o pequeno fio de sol da janela
expõe o mel na Alcova
me contraio afim de não perceber o céu
tomo consciência da jaula em que me encontro
e perduro submersa ao meu néctar
eu vejo além dos sentidos,
eu enxergo o puro cristalino
do talismã do meu corpo
traduzido pelas minhas mãos gentis
solto o cabelo como forma de arma impura
minha boca fremente em sintonia sedenta
me estremeço até expelir a aura em deleito
o meu sentido traz o delíquio
e na liberdade do íntimo eu clamo
para que a poesia me possua
em forma da arte
do meu bem querer.