quarta-feira, 14 de setembro de 2011

clara

Havia jardins, havia manhãs naquele tempo.
Clara era como uma sereia impactante diante de um ser curioso. Clara como seu nome, causava mistérios por onde passava. Lá vai ela mais uma vez, caminhando suave, parecia que estava nas nuvens. Serena como o sereno das noites, ela clareava o dia de qualquer um com seu sorriso estonteante. Do amor entendia pouco, preferia deixar esse assunto sob versos de melancolia que escrevera em suas folhas perfumadas dentro de sua escrivaninha no quarto. Sobre a vida, ah! A vida. Clara admitia muitas coisas, menos ver a tristeza de um próximo, menos a vontade pequena de viver. Cultivava sementes de ouro e pretendia colhe-lás no futuro para montar um tesouro, um tesouro que só ela teria a chave, mais ninguém. Amante de Carlos Drummond de Andrade, o lia todas as noites. Conhecia de literatura como ninguém.
Fazia sua vida através de sonetos ricos, versos livres. Assim conquistava sua liberdade. Clara como a neve. Da luz, vinha ela: Clara.