sábado, 21 de fevereiro de 2015

verde castanho

seus olhos verdes
parecem jardim
daqueles mais lindos
daqueles mais encantadores

te olhar me mata
pois precisaria ter um olhar 
ao alcance do seu
e tão belo quanto o seu 

não os vejo mais
seus olhos verdes as vezes
não vão ao encontro dos meus

o que é uma pena
a mistura do castanho
com o verde
daria um resultado maravilhoso

como o mel
doce como o mel.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

copos cheios de uma pessoa vazia

queria ter uma rotina mais agitada
de noites sem dormir
por estar na noitada
bebendo
conhecendo
experimentando 
permitindo
divertindo 

mas ao invés disso
estou aqui embaixo das cobertas 
observando o sol pela fresta da janela
imaginando como o amanhecer 
é chato e tedioso

todos acordam pra fazer a mesma coisa. não há nada de novo.

eu gosto do mistério da noite
e as bebedeiras até cair
por hora
minha vida é menos complicada
nas noites

mas só quando estou fora de casa
e não vejo minhas paredes brancas
e meu espelho
que reflete
minha imagem

sozinha.

nunca talvez

guardo notas de tanto tempo 
apenas para me dar o prazer
de relê-los e relembrar
de tempos
que nunca voltarão

alguns dizem que não se pode dizer nunca
então digo o talvez
mas o que adianta o talvez
se ele em si não quer dizer nada
nem a certeza
nem a incerteza
o talvez é a reticências 
que não queremos para nós 

então é melhor falar nunca mesmo
pois o nunca é mais sensato
não ilude
não trai
o talvez te observa e ataca
quando você menos espera

enquanto isso continuo com o nunca
felizmente meu copo de cerveja 
e meu cigarro são a certeza
do sempre