Nessas linhas desse caderno, a emoção invade de uma forma envolvente e inconsequente, que faz de mim uma amante das sextas-feiras caseiras entre as batidas frenétidas do meu coração pobre, que já não sei se aguenta um ou mais dois anos de tanta explosão contida e entre minha agoniante dor no estômago, que já mandei, com todo respeito, mas com meu português claro, para a casa do caralho. Não dizem que o poeta precisa da dor? Estou com dor, porra. Agora só falta meu lado poetista... Talvez eu o encontre ao decorrer do texto, que por sinal, nem sei do que vai falar. Aqui vou eu outra vez, só que menos paciente! Juro que se isso me irritar, decido parar com uns tempos com essa minha mania de "escrevedora": escritora + amadora, que seja.
De fato, não vai ser um português bem escrito, com palavras difíceis e que causam aquele impacto de primeira, pseudo-cults me irritam. Uso-as quando me der vontade, e de verdade, essa vontade passa bem longe de mim. Gosto de um tom unique e sagaz.
Parecia ontem que eu estava pensando na minha vida, mas eu não tinha a ideia do poder das incertezas, e digo mais: elas me causam medo. Tenho mais medo da incerteza do que as próprias certezas, do tipo, a morte. Se parássem para pensar veriam que as incertezas realmente te pegam de um jeito sucinto e inesperado, quando você abrir os olhos... já era. E isso acontece comigo na maior parte do tempo, vivo sempre de olhos fechados para a vida - tudo bem que eu gosto e muito de dormir, mas não nesse sentido - e sim, de não querer olhar a realidade. De um tempo para cá, eu me achava aquela adolescente forte como uma pedra, que encara todos os desafios à cara tapa, porém, as coisas não andam bem por esse lado. Se eu tivesse escolha, é óbvio que não iria querer sair debaixo da sainha da mamãe. A vida segue, você segue, e eu segui - não segui muito longe, mas estou sendo encaminhada - e aí bate aquele medo em você, aquele choque de realidade como: sou adulta! E diante desses medos e incertezas (e dessas formigas que insistem em invadir meu teclado) sua vida passa, e passa bem rápido. Eu digo que a vida é um sopro, quando você assopra, pronto, o vento já levou e você nem viu o que aconteceu. O quê é que eu vou fazer? O quê eu vou ser? Por quê tem de ser assim? Perguntas que não há respostas, nem os mais fodas filósofos souberam responder essa. Claro, cada um tem sua ideia contida na cabeça, mas a resposta concreta não há. Uns pensam pela razão e outros pelo coração. Já eu, nem isso tenho em mente.
Na verdade, o meu maior medo é não concretizar meus objetivos, meus planos. Nós fazemos planos desde que nascemos para nossas vidas, mas, as incertezas chegam para estragar tudo. Porra, não posso nem viver em um conto de fadas faz-de-conta, de vez em quando? É legal se iludir as vezes, na medida certa. Queria um sinal do além, de marte, de júpiter, da puta que o pariu, mas um sinal. Através desse sinal eu vou saber se eu continuo com meus rabiscos nas folhas do meu caderno fazendo meus planos, ou então, rasgo-as e jogo-as na lata do lixo, simples assim. A vida não é dura como dizem? Pois então, rasgo-as e pronto, serei dura também. Pensando bem, talvez o certo seria mudar meu destino para Filosofia e passar minha vida toda fumando um baseado e tendo sinais à todo momento - ou pelo menos acharia que seriam sinais - Enfim, o que eu quero agora, nesse momento, é aprender a lidar com toda essa realidade, porque eu estou vendo que tudo isso está me sugando cada vez mais, não restará nem se quer um pózinho meu desse jeito. Só queria pegar uma bola de cristal que preste, não essas fajutas, e que me mostrasse o caminho certo. Mas, como não existe isso, continuarei tomando certas decisões, tentando descobrir o por quê de aprendermos álgebra e geometria, tentando descobrir, realmente, o sentido, o sabor da vida, que de vez em quando é amargo demais, e que sinceramente, não quero provar essa merda de novo, preciso de algo mais agradável, algo que seja perfeito para meu paladar... Mas, quem dirá isso? Quem ditará isso? Quem tem certeza disso? Será...? É, deixa. Continuarei seguindo meus passos, que de vez em sempre, são foras da lei (e não, não o cowboy). Veremos o que o destino me reservará... veremos. Enquanto isso ficarei na espera, tentando me despistar das malditas incertezas.