sábado, 5 de novembro de 2011

sem blues

E naquele momento, estava ela lindamente sentada com toda sua delicadeza fumando um cigarette à la Audrey Hepburn. Esbanjava ar de sensualidade como ninguém, parecia até uma musa pin-up com aquele corpo cheio de silhueta. Seus lábios umidecidos com o leve toque do batom avermelhado sabor cereja. Aquilo me excitava e mantinha meus olhos vivos. A cada tragada que ela dava, saía fumaça que me encantava como ninguém. Na mesinha ao lado, uma garrafa de uísque na metade com um copo marcando o batom vermelho dela.
Ah, como eu gostaria de desvendar seus mistérios. Aquele olhar expressivo me fascinava, me intimidando para desvendá-los, para descobrir cada detalhe. Era incontestável, que quando ela ensaiava sorrir, trazia-me um ar de tristeza. Aquela garota linda de aparência forte e desafiadora, por dentro escondia uma menina tímida e descorajada. Existiam medos dentro dela. Ficava encantada quando ouvia o som de alguma música - por um momento esquecia sua tristeza. - Era uma menina sem blues.
E eu, observando-a, tenho a constante vontade de roubá-la para mim e dar para ela um pouco do meu rock'n'roll, um pouco do meu soul, fazendo com que haja uma sintonia de alma entre nós dois, da qual dessa, eu só saio embriagado e entorpecido ainda mais pelo seu perfume de menina-mulher.